sábado, 8 de maio de 2010

Confira a ideia que Tony Alva trocou com o Ragga Drops

Bolovo/MTV



Se você anda de skate hoje – ou ao menos se interessa pelo assunto, agradeça ao Tony Alva. Além de colocar agressividade, estilo e personalidade no esporte, o norte-americano de ascendência mexicana foi um dos primeiros skatistas a estampar páginas e páginas de jornais e revistas espalhados pelo mundo com títulos, troféus e patrocínios milionários por saber, melhor do que ninguém, fazer fama em cima de quatro rodinhas. Não fosse por ele e mais alguns amigos californianos como Jay Adams e Stacy Peralta, era bem possível que o skate não tivesse ido muito além das piscinas e ladeiras de Venice, um distrito a oeste de Los Angeles, onde o esporte começou a engatinhar lá pelos idos de 1960.


Nenhum daqueles moleques surfistas de 15, 16 anos sabia muito bem que estavam fazendo história, é claro. O skate, além de ser uma maneira incrível de driblar os dias de tédio provocados pela falta de ondas boas para o surfe, era apenas uma diversão. Não tinha grana envolvida, patrocínios eram inimagináveis e pouco (ou nada) se falava sobre a “nova modalidade de surfe” fora dos Estados Unidos. Jay e Stacy não se importavam com o mercado e, até que se prove o contrário, em nenhum momento pensaram que poderiam ficar ricos andando de skate. Tony Alva, porém, sempre pareceu desconfiar que o esporte poderia ser levado ao estágio seguinte e ganhar novos parâmetros. E só começou a dar valor ao descompromisso dos amigos anos mais tarde.



MARCELO MUG/VANS/DIVULGAÇÃO



“Quando era criança, o grande objetivo era competir e ser o melhor. Hoje não. Hoje, me sinto confortável com o lugar que estou no mundo do skate. Não é uma competição, sabe? É só uma maneira de se divertir”, conta Tony Alva pelo telefone, diretamente de São Paulo, onde esteve há alguns dias para cumprir sua agenda como embaixador do skate pela Vans. É claro que ele se sente confortável. Além do título concedido pela marca americana que nasceu em 1966, Alva tem sua própria empresa de peças de skate, o patrocínio da Independent Trucks, é baixista de uma banda punk e roda o mundo para divulgar, discutir e promover o esporte. “Muita gente achava que você não poderia ser um profissional do skate depois dos 30, dos 40 anos. Agora, sou o único skatista profissional do mundo a continuar ativo em dois séculos diferentes da história”, aponta.
Tony Alva tem muito o que dizer. E um tanto para se explicar, talvez. A entrevista completa que fizemos com ele, você confere na Revista Ragga deste mês, que chega às ruas na semana que vem. No Ragga Drops de hoje, a gente quis trazer só um aperitivo, o prato de entrada. E aí dividimos em algumas seções para você já ir degustando. Olha aí:


Para entender a origem do skate
Você não precisa passar algumas horas na internet para entender quem foi Alva, Adams e Peralta. Corre na locadora perto da sua casa e aluga o documentário Dogtown and the Z-Boys, de 2001, e o filme Os reis de Dogtown, de 2005. Porém, se liga:


“Muitas das coisas que estão no filme não são retratadas como no documentário, que ficou bem próximo da história verdadeira do que aconteceu quando éramos crianças. Os reis de Dogtown é um filme apenas para deixar as crianças interessadas na nossa história e diverti-las. E é isso que ele faz”, avisa Tony Alva.


BHZ-Boys
Esse é o nome do ensaio clicado pelo fotógrafo da Ragga Carlos Hauck e produzido pela wakeboarder Teca Lobato, publicado na Revista Ragga de agosto do ano passado. A dupla pegou alguns skatistas mineiros que mantêm o estilo old school em alta para dar um rolé na pista do Parque das Mangabeiras. O resultado está publicado aqui ó: http://migre.me/Beno

O que Alva pensa sobre a nova geração do skate?
“Vi o Ryan Sheckler (20 anos, Califórnia) recentemente e ele está indo muito bem. Ele me parece bem feliz, ainda está se divertindo, e tem muitas recompensas que outros skatistas adorariam ter. Ryan já fez algum dinheiro e a vida parece muito boa para ele. E ainda tem uma lista de crianças que são profissionais, que estão fazendo alguma grana andando de skate. Isso tudo era muito complicado pra gente quando começamos. Era muito difícil de viver do skate.”


Não conhece o Ryan? Então clica aí neste vídeo que está no YouTube: http://migre.me/BeCL. Ele só tem quase quatro milhões de visualizações.


Tony Alva na música
Além de embaixador do skate pela Vans, skatista profissional, designer de shapes, empreendedor e surfista, Alva toca baixo na banda G.F.P. (Generation for Peace), que tem na formação o bateirista Amery Smith (ex-integrante de grupos como Beastie Boys e Suicidal Tendecies) e o vocalista Crazy Tom, um velho amigo. Segundo Tony, “é uma mistura de reggae com hardcore, muito semelhante a The Clash e Bad Brains. É um som bem original”.


É muito difícil encontrar alguma música do grupo na internet, tirando alguns vídeos no YouTube. Porém, no Myspace da primeira banda de Tony, The Skoundrelz, que acabou em 2006, dá para ter uma ideia do som da G.F.P. Clica aí: myspace.com/theskoundrelz